As taxas Euribor são utilizadas como referência para as taxas
de juro de curto prazo na zona euro e representam a taxa média de empréstimos praticados
entre bancos europeus no mercado interbancário. Apesar de não diretamente
controladas pelo Banco Central Europeu (BCE), aproximam-se da taxa diretora do
BCE, a principal ferramenta de política monetária na Zona Euro. Tratando-se de
taxas de mercado, as Euribor estão suscetíveis a choque que afetam o sistema
bancário europeu e pela intervenção direta do BCE no mercado monetário.
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(02-01-02 até 28-06-13 - Fonte EBF e BCE) |
Até meados de 2007 as taxas Euribor antecipavam a evolução
da taxa diretora do BCE. Entre o final de 2002 e meados de 2003, anteciparam
com precisão a evolução da taxa diretora demonstrando que os mecanismos de
transmissão monetária eram na altura eficazes.
Em julho de 2007 ocorreu o primeiro choque significativo no
mercado interbancário desde a introdução do euro. Estávamos no início da crise do
subprime que teve origem nos EUA e dois fundos de investimento da Bear Sterns
entraram em colapso. Este acontecimento teve um impacto significativo nas taxas
Euribor. A Euribor a 3 meses passou de 4,215% para 4,729% nos 60 dias seguintes
às dificuldades da Bear Sterns, um aumento superior a 50 pontos base. Apesar de
esta ocorrência ter tido pouco impacto direto em outros bancos Europeus, fez
com que os bancos receassem emprestar dinheiro no curto prazo com medo de novas
dificuldades de financiamento.
Os piores receios concretizaram-se do dia 15 de setembro de
2009 com o anúncio da falência da Lehman Brothers. A Euribor a 6 meses atingiu
o valor mais elevado de sempre fixando-se em 5,448% no dia 9 de outubro de
2009. Como resposta a este novo choque, e numa resposta concertada com a
Reserva Federal, e outros bancos centrais mundiais, o BCE anunciou um corte de
50 pontos base na taxa diretora. Entre outubro de 2008 e maio de 2009, o BCE
reduziu a taxa diretora mais oito vezes num total de 375 pontos base. Esta
intervenção sem precedente fez com que as Euribor atingissem mínimos históricos
em marco de 2010.
Face a novas dificuldades de liquidez que resultaram dos receios
em torno do perdão de dívida grego, e como desenrolar da crise das dívidas
soberanas em outros estados da Zona Euro, o BCE injetou primeiro 489 mil
milhões de euros no dia 22 de dezembro de 2011 e mais 530 mil milhões de euros
em 1 de março de 2012 no mercado monetário através dos Long Term Refinanciang
Operations (LTRO). Estas operações resultaram numa diminuição significativa das
Euribor após a primeira operação.